A Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) realiza trabalho de orientação com os moradores dos bairros rurais da região Leste, sobre a circulação do vírus da raiva animal. Os agentes circulam entre as propriedades em busca de animais que tenham sido atacados por morcegos hematófagos contaminados que possam transmitir a doença, além de orientar a população com relação à necessidade de vacinação dos animais domésticos contra a doença. Na última semana houve confirmação da morte de um bovino por raiva no bairro Rio Acima.
“Os agentes da UVZ percorrem os sítios e chácaras no entorno da propriedade onde houve a morte, até então suspeita, para orientar as pessoas com relação à necessidade de vacinação dos bovinos, suínos, equinos e caprinos contra raiva. A dose pode ser adquirida em agropecuárias”, explica o gerente da UVZ, Carlos Ozahata.
Com relação às pessoas que tiveram contato com o animal comprovado morto por raiva, passaram por tratamento com soro antirrábico e também estão sendo vacinadas contra a doença. “É uma medida preventiva. A raiva mata. Por isso, as pessoas precisam ficar atentas com relação ao ataque dos morcegos aos seus animais. Os primeiros sintomas podem aparecer em até 20 dias. A imunização dos animais é a única forma de prevenir contra a doença”, detalha. Vale ressaltar que a imunização antirrábica só é realizada com a indicação dos profissionais da Vigilância em Saúde.
Por conta do registro positivo em bovino, os proprietários de cães e gatos que não imunizaram seus animais no ano passado devem procurar pela imunização o mais rápido possível. A vacina é disponível para animais de pequeno porte de forma permanente e gratuita na UVZ (rua dos Bandeirantes, 375, Ponte de Campinas), de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, além da campanha anual de vacinação gratuita para cães e gatos contra a doença desenvolvida pelos agentes do órgão em toda a cidade.
Morcegos
Ainda na manhã de quarta-feira (21), os agentes da UVZ fizeram busca ativa no bairro com o objetivo de localizar colônias de morcegos hematófagos que estejam fazendo os ataques aos animais daquela região. A orientação da UVZ é para a população não tocar nos morcegos encontrados, vivos ou mortos. “A orientação é registrar a ocorrência via 156, para que possa ser feito o encaminhamento para a UVZ. Não se deve matar esses animais, pois eles são vítimas do vírus”, alerta.
O último registro de raiva em Jundiaí foi em dois morcegos insetívoros, localizado em área urbana, em 2015. Em animal doméstico de grande porte os registros de mortes em bovinos e equinos datam de 2002. Até a quarta-feira (21), a cidade registra seis animais mortos suspeitos pela doença, sendo: um confirmado, três em aguardo de resultado e dois impossibilitados de coleta de material. A raiva é uma doença viral que infecta o sistema nervoso central, causando encefalopatia e morte. Nos animais, os sintomas são falta de apetitem dificuldade para caminhar, sinais de convulsão e salivação intensa. A contaminação ocorre por contato, seja com saliva ou secreção.