As vendas do comércio varejista brasileiro cresceram 1,2% em junho frente ao mês anterior (com ajuste sazonal), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (15). Já a receita do setor avançou 0,8% na série livre de ajuste sazonal.
O IBGE revisou os dados do varejo de maio. Em vez da queda de 0,1%, as vendas avançaram 0,2 no mês. Com este resultado, o setor acumula três meses seguidos de alta, interrompendo nove meses seguidos de queda, destacou a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes.
“É o crescimento mais consistente desde o final de 2014”, afirmou Isabella ao comentar os três resultados positivos consecutivos no setor varejista.
Frente a junho do ano anterior, o setor teve expansão de 3,0% em junho. Foi o terceiro resultado positivo nesta base de comparação e mais intenso que em maio (2,6%) e abril (1,7%).
“Na comparação com 2016 também fica evidente a recuperação no volume das vendas, uma vez que você tem o terceiro resultado positivo nesta base de comparação”, disse Isabella. Ela apontou que se observado apenas os meses de junho na comparação inter anual (junho contra junho do ano anterior), o crescimento de 3% “é o mais robusto desde junho de 2012.
Segundo Isabella, diversos fatores influenciaram o resultado de junho. “O primeiro é a base de comparação muito baixa. Além disso, temos que considerar a demanda represada. O próprio movimento das lojas de oferecerem promoções e mix de produtos com preços mais baixos beneficiou as vendas”, disse.
A pesquisadora enfatizou, ainda, que a queda na taxa básica de juros (a Selic, que está em 9,25% ao ano) beneficiou as vendas de bens duráveis.
No trimestre, o setor acumula alta de 2,5%. Foi o melhor resultado trimestral desde o último trimestre de 2014. “Todas as atividades mostram uma melhora, seja revertendo a queda, reduzindo a queda ou ampliando o aumento que já vinha apresentando”, destacou Isabella.
“Evidente que essa melhora é a mais evidente desde 2014. Mas, o comércio varejista ainda está 8,2% abaixo do seu pico histórico, registrado em novembro de 2014”, destacou Isabella. Já o varejo ampliado, segundo a pesquisadora, está 16,3% abaixo do seu pico, observado em agosto de 2012.
As duas atividades que tiveram queda em junho foram equipamentos e materiais de escritório informática e comunicação e a de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo – respectivamente -2,6% e -0,4%. “Esses recuos têm de ser relativizado, porque eles vêm após crescimento no passado”, ponderou Isabella.
Nos seis primeiros meses de 2017, o varejo teve contração de 0,1% no volume de vendas, ficando próximo à estabilidade frente a igual semestre de 2016. Já nos últimos doze meses, há recuo de 3,0%, diminuindo o ritmo de queda, iniciada em outubro de 2016 (-6,8%).
Por outro lado, a receita nominal de vendas do comércio varejista, em junho de 2017, registrou para essas mesmas comparações, respectivamente: 2,4% frente a junho de 2016, 1,9% no acumulado no ano e 3,2% no acumulado nos últimos doze meses.
No semestre, o volume de vendas no varejo apresentou predomínio de taxas negativas. Das oito atividades pesquisadas, apenas tecidos, vestuário e calçados e móveis e eletrodomésticos apresentaram resultados positivos, respectivamente de 5,8% e 5,9%.
“Embora seja o quinto semestre com resultados negativos, é a menor queda observada neste período”, ponderou a pesquisadora.
As vendas do comércio ampliado, que incluem além do varejo as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, expandiram 2,5% em junho, enquanto a receita nominal cresceu 2,2% frente a maio, na série com ajuste sazonal.
Em relação a junho de 2016, o avanço no volume de vendas do varejo ampliado foi de 4,4% para o volume e 3,5% para receita de vendas. No acumulado do ano, o volume de vendas registrou variação positiva de 0,3%, enquanto o indicador para os últimos doze meses (-4,1%) permaneceu mostrando redução no ritmo de queda, iniciada em julho de 2016 (-10,4%).