Um estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro (SP) com pesquisadores franceses pode auxiliar crianças e adolescentes que sofrem com dislexia. Por meio de um óculos e de um filtro verde, o cérebro organiza as letras, melhorando a qualidade da leitura e escrita de quem sofre com o transtorno.
O professor do Instituto de Biociências da Unesp José Angelo Barela explicou que o óculos tem uma câmera que faz a filmagem de um ambiente e duas outras câmeras que incidem infravermelhos nos olhos.
“A partir da refração desses raios nós conseguimos identificar onde que a pessoa está fixando o seu olhar e verificar que a fixação foi bem menor no caso da utilização do filtro verde nas crianças com dislexia”, disse Barela.
A pesquisa, que tem como objetivo alterar os estímulos para que pessoas com dislexia possam conviver melhor com o transtorno e ter mais qualidade de vida, está sendo desenvolvida há dois anos, mas os testes em laboratório ainda não acabaram.
A vendedora Cristiana Maria de Oliveira Souza percebeu que a filha tinha dificuldade para ler e escrever quando ela fazia a lição de casa, mas não desconfiava de nenhum transtorno.
“Ela entendia, mas não conseguia escrever. Aí eu ia fazendo as letras com ela fazendo, mas ela não conseguia ler nada”, contou.
Segundo Cristiana, os professores também ficaram preocupados. A mãe levou a filha ao neurologista, que constatou a dislexia visual.
“Depois que a gente descobriu, vimos como ela enxergava as palavras. Eu não sabia como era e aí a gente foi mudando”, relembrou.
A estudante Laura Cristina de Souza, de 9 anos, disse que não conseguia ler muito rápido porque achava um pouco difícil. A menina faz tratamento há um ano e meio e a fisioterapia tem ajudado no desenvolvimento dela.
Segundo a fisioterapeuta Danielle Brites de Oliveira, a dislexia é um transtorno de aprendizagem em que a criança tem dificuldades tanto na leitura quanto na escrita e isso causa uma desorganização total nessa criança.
“Muitas vezes a gente usa letrinhas de um lado do circuito, do outro lado ela tem que montar frases com isso. Então ela pega uma letrinha, uma palavra, faz esse circuito motor e ao final ela tem que elaborar ou uma palavra ou uma frase.”, explicou a fisioterapeuta.