Quinta-Feira, 24 de Agosto de 2017 - Hora:10:08

Serviços para cachorro vão além do básico e oferecem de 'dog walker' a massagista

Mercado de produtos para animais de estimação brasileiro terá o maior faturamento do mundo em 2020, diz consultoria; empreendedores investem para aproveitar filão.

Muitos brasileiros querem mais que ração ou remédios na hora de cuidar dos seus animais de estimação. Alguns donos oferecem mimos como massagem, camas especiais e até refeição natural para seus bichinhos. O mercado de produtos e serviços para pets brasileiro foi o segundo maior do mundo em 2016 e movimentou R$ 18,9 bilhões, de acordo com dados da consultoria Euromonitor.

 

Apesar de ter um crescimento tímido em 2016, de 4,9%, as projeções da Euromonitor indicam que o país será o maior mercado do mundo em 2020, superando os EUA, primeiro da lista.

 

A grande população de animais de estimação e a disposição dos donos em gastar com eles é o que puxa esse mercado. Existem 132 milhões de animais de estimação no país, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Só gatos e cachorros somam cerca de 80 milhões de animais.

 

De olho nessa tendência, Themis Rodrigues largou a carreira e o salário estável no mundo corporativo para investir em massagem para cães. Formada em administração de empresas, a paulistana deixou São Paulo aos 37 anos e embarcou para os Estados Unidos para estudar os princípios dessa técnica, ainda pouco praticada e conhecida no Brasil.

 

Ao retornar a São Paulo, investiu R$ 35 mil na abertura da "Anima Therapy", empresa especializada em massagem para cães e na qualificação de profissionais na área. "A massagem serve tanto para um cãozinho que precisa se recuperar de uma lesão quanto para aqueles que são muito agitados e moram em um apartamento", enquanto atendia a golden esportiva Alegria, sua paciente há um ano.

 

 

Os preços variam de R$ 90 a R$ 150 por sessão, dependendo do porte do animal. Os donos de cães idosos, segundo a massoterapeuta, são os que mais procuram o serviço.

 

A ideia de Themis se espalhou para o Rio de Janeiro, Recife, Curitiba e Porto Alegre, onde ela viaja periodicamente para ministrar workshops profissionalizantes. “Diferente da acupuntura em animais, a massoterapia não é limitada a veterinários, apesar de a maioria dos meus alunos serem da área”, disse.

 

Supérfluo?

Com a vida agitada, muitos donos encontram dificuldade em cuidar dos animais, que, para alguns deles, são considerados membros da família. Assim, alguns serviços que antes eram considerados supérfluos passam a entrar no orçamento doméstico.

 

A hora do passeio, a mais esperada pelos cães e, talvez, a mais incômoda para os donos, "é crucial para a saúde dos animais", diz o "dog walker" (passeador de cães) Sérgio Fuoco, 29. O publicitário largou a vida em Londres, no Reino Unido, para voltar a São Paulo e abrir a "City Dogs Club", que oferece o serviço de passeador de cães unido ao de adestramento nos parques Ibirapuera e Villa Lobo.

 

Fuoco cobra de R$ 200 a R$ 500 por pacotes de passeio e já faz do serviço a sua principal renda. Ele diz que não sentiu a crise.

 

Para garantir aos donos que os animais estão gastando energia, Fuoco publica foto dos passeios e utiliza um aplicativo GPS para compartilhar o registro do percurso do dia, que ficam disponíveis no site da empresa.

 

 

Refeições naturais 

Os dados positivos envolvendo o setor levaram Fabiana Barrufini a abandonar o mercado financeiro e investir R$ 400 mil na abertura de um petshop na região nobre de Moema, na capital paulista.

 

Engenheira de formação, a empresária apostou no mercado de produtos naturais. Ela criou um serviço de assinatura mensal de refeições naturais para cães, que pode custar R$ 350 (para um cão de 10kg) ou cerca de R$ 600 (para um cão de 20kg).

 

O assinante recebe as "marmitas" congeladas em seu domicílio para todos os dias do mês. “Entendemos que o público não busca só produtos de qualidade, mas que também tenham funcionalidade”, disse Fabiana.

 

A empresária vê com positividade a expansão futura do setor e não enxerga gigantes do ramo como uma ameaça. “Essa concorrência é saudável. Acredito que essas lojas de bairro continuam tendo bastante espaço para serviços e produtos de qualidade. Dos três anos que estamos operando, não deixamos de crescer”, disse.

 

Apesar disso, Fabiana notou um movimento de recuo dos clientes durante a crise econômica, que passaram a comprar em menor quantidade. Ela diz que confia na tendência, apesar do cenário econômico, e que pretende continuar a abrir lojas.

 

 

Mega lojas

Ao identificar que o conceito de mega lojas a petshops ainda não era explorado em todas as regiões de São Paulo, Sérgio Zimerman viu uma oportunidade de abrir, em 2001, a "Pet Center Marginal", que posteriormente mudou de nome para "Petz".

 

Com investimento inicial de R$ 1 milhão, o negócio hoje tem faturamento anual de R$ 500 milhões. “Este ano ainda temos planos de abrir mais 16 lojas em São Paulo e o faturamento da rede deve crescer mais de 50%”, afirma Zimerman.

 

O empresário admite, no entanto, que os donos ficaram mais "tímidos" nas compras diante da recessão. “Se antes a pessoa dava uma ração superpremium, agora passou a dar uma premium ou uma ainda mais simples”, disse.

 

As perspectivas positivas para o setor, ainda de acordo com Zirmeman, advém do fato de que o animal vem sendo “cada vez mais humanizado e tratado como membro da família”.

 

Apesar dos altos e baixos do setor, segundo o empresário, o faturamento com serviços básicos como banho e tosa continuam normal e o crescimento da área se mostrou "resiliente" mesmo com as complicações do cenário político e econômico do Brasil.

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