O diagnóstico de doenças reumáticas (artrite e artrose) chegou para Shirlei Roveri, 62 anos, acompanhado de dores quase que diárias. Um quadro clínico aparentemente irreversível, mas que foi ganhando alívio a cada sessão de acupuntura. O tratamento alternativo é oferecido hoje pela Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), por meio das Políticas de Práticas Integrativas e Complementares (PPIC) do Sistema Único de Saúde (SUS).
“A acupuntura ajudou muito. Durante o atendimento, eu relaxo tanto que chego a dormir e a qualidade do meu sono melhorou demais”, descreve a usuária do serviço oferecido pela Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Guanabara.
Dona Shirlei e mais 14.900 pessoas são contempladas, mensalmente, por alguns dos recursos oferecidos pela PPIC, como dança circular, lian-gong, atividade física e meditação, entre outras práticas. “A rede de atendimento básico prioriza a integralidade do atendimento, ou seja, um paciente que chega à UBS com dor crônica recebe um tratamento multidisciplinar”, explica a médica clínica geral, referência técnica da PPIC, Silvana Baptista.
A eficácia do tratamento alternativo levou a UGPS a iniciar um monitoramento que culminará na otimização do atendimento oferecido no município. Neste sentido, um levantamento deve revelar o espaço físico disponível em cada UBS, assim como os profissionais que já possuem capacitação e que poderão ser incluídos nas Práticas Integrativas e Complementares.
Atualmente, boa parte do tratamento alternativo é possível porque conta com uma rede de proteção de parceiros. “Centros Comunitários (CC) e igrejas têm aberto suas portas para que possamos desenvolver algumas destas práticas. Este levantamento vai nos auxiliar para que possamos encontrar outros espaços que possam ser igualmente reaproveitados.”
Outra frente a ser trabalhada será a capacitação dos profissionais de saúde que poderão ser inseridos como um agente no atendimento das PPIC. “O bloqueio em parte da agenda deste profissional da saúde não pode comprometer o atendimento realizado na UBS. Daí a necessidade de ampliar este quadro, sem onerar os cofres públicos”, lembra.
A expectativa da Unidade de Promoção da Saúde é concluir este levantamento e ampliar o atendimento das PPICs no segundo semestre deste ano. Desta forma, outras pessoas poderão, assim como dona Shirlei, acreditar no envelhecimento com qualidade de vida e sem dor.