O rio Tietê voltou a chamar a atenção por causa da cor da água nesta terça-feira (5), em Salto (SP). O rio amanheceu com a a água escura.
O nível do rio subiu repentinamente nesta manhã e chamou a atenção dos moradores e ambientalistas perto do Memorial do rio Tietê por causa da coloração.
Ambientalistas apontam que isso ocorreu porque houve nova abertura nas barragens instaladas em Santana de Parnaíba ou Pirapora do Bom Jesus. Estas barragens são operadas pela Empresa Metropolitana de Água e Energia (Emae), que pertence ao governo do estado de São Paulo.
A Emae informou que, "como concessionária de geração de energia elétrica, não tem condições de avaliar as causas de eventuais mudanças na coloração das águas conforme reportado. Informa também que não é responsável pela qualidade das águas que chegam às instalações que opera, no entanto tem seus equipamentos e sistemas submetidos a estas águas, e que sua atividade principal, a geração de energia por meio de fonte hidráulica, não é uma atividade poluidora."
O trecho do rio que passa pela cidade sofre com a poluição com frequência. As chuvas durante o mês de maio e junho deste ano provocaram a já conhecida espuma do rio Tietê,resultado da poluição despejada no manancial.
Na época, o morador da cidade, João de Conti Neto, que também é especialista em gestão ambiental, registrou a rua 24 de Outubro tomada pela espuma.
A Sabesp informou que a espuma foi motivada pelo fósforo que está presente nos produtos de limpeza - como detergentes e sabão em pó - e que precisa de oxigênio para degradar.
A Prefeitura de Salto organiza frequentemente mutirões de limpeza na cidade. Na semana passada, por exemplo, mais de 30 toneladas de lixo foram retiradas da água em apenas um dia de trabalho.
Devido aos contantes prejuízos causados pela poluição no rio, a rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Tietê querem cobrar do Comitê do Alto Tietê, onde ficam os municípios da Região Metropolitana de São Paulo, uma compensação pela poluição no interior.
A ideia é ficar com, no mínimo, 10% dos R$ 40 milhões que a agência da Bacia do Alto Tietê arrecada por ano com a cobrança pelo uso da água. Assim, seria possível garantir R$ 4 milhões de reais por ano para ações de recuperação no rio Tietê, algumas emergenciais, como a contenção da sujeira.