Um relatório feito em parceria pelos conselhos regionais de medicina, psicologia, enfermagem e órgãos como Ministério Público e Defensoria Pública avaliou o atendimento aos usuários de drogas por meio do projeto “Redenção”, da gestão Doria, e chegou à conclusão que, nos moldes atuais, o programa é ineficaz para tirar os dependentes do vício.
Ao todo, dez instituições fiscalizaram, entre julho e agosto, o programa da Prefeitura de combate às drogas. As vistorias nos hospitais psiquiátricos credenciados renderam um relatório que foi apresentado nesta segunda-feira (30) a um representante da administração municipal.
Tanto o conselho de medicina como o de enfermagem afirmam que faltam funcionários nos hospitais visitados para prestar atendimento adequado aos usuários. Os conselhos também criticaram a ausência de acompanhamento individual dos internos e a pouca informação prestada a eles sobre o tratamento a que estão sendo submetidos.
“O Projeto Redenção, ele é correto na desintoxicação, mas ele não está se mostrando eficaz no tratamento e na recuperação sustentável desses pacientes, após a internação”, afirma o conselheiro do Cremesp Mauro Aranha. Diante da avaliação, o Ministério Público disse que vai propor um termo de ajustamento de conduta para que a Prefeitura corrija as falhas.
A Prefeitura foi convidada para a apresentação do relatório e o coordenador do “Redenção”, Arthur Guerra, ouviu as críticas e prometeu melhorias. “São ajustes importantes e que nós estamos atentos. Alguns, inclusive, já foram feitos”. Ele, porém, nega a alegada falta de pessoal: “Existem médicos e profissionais de saúde para atender todos”.