Elevação da glicose no sangue (hiperglicemia) ou simplesmente diabetes. Em Jundiaí, a Unidade de Gestão de Promoção da Saúde estima de 24 mil pessoas (6%) apresentem sintomas da doença, muitos, no entanto, desconhecem. Para atender esta demanda, a Rede de Atenção Básica mantém um programa considerado referência no Brasil. Além de fornecer medicamentos e insumos (glicosímetro e lancetadores, além de lancetas e tiras reagentes para monitorização da glicemia capilar domiciliar) para todos os pacientes diabéticos em uso de insulina com prescrição médica, às segundas-feiras, acontecem palestras onde se aprende a forma e o horário corretos de tomar a insulina, entre outros cuidados que são determinantes para o êxito do tratamento.
Entre os mais de 80 pacientes que acompanharam a reunião, dona Leonor Mendonça, 77 anos, convive com o diabetes há 15 anos, mas somente há seis anos iniciou o tratamento com insulina. O que ela não sabia é que tomava de forma errada. “Nem imaginava sobre a necessidade de tomar a insulina em jejum, muito menos que à noite. Esta palestra foi sensacional. Onde eu morava não existia nada deste acompanhamento”, compara a guaraense.
De acordo com enfermeira responsável pelo programa, Nilce Botto Donpiri, a participação nesta palestra é importante porque potencializa o resultado do tratamento. “A cada segunda-feira desenvolvemos um tema diferente. A participação dos pacientes é livre, mas ao abordar o uso da insulina, a presença dos usuários é obrigatória, segundo prevê o protocolo do Ministério da Saúde”, explica.
Outros assuntos abordados são glicemia capilar (por que fazer o teste, como e quando fazer, cuidados com aparelhos e tiras, anotação correta do mapa), pé diabético (o que é, como prevenir feridas e amputações, cuidados de higiene e hidratação, calçados e meias adequadas e quando procurar socorro) e alimentação (produtos que aumentam a glicemia, diet ou light, como preparar e armazenar os alimentos e mitos e verdades).
Nilse ressalta que este programa não é preventivo, mas auxilia os pacientes a evitar complicações, muito comuns quando o tratamento é seguido incorretamente. “O tratamento para o diabetes se apoia em um tripé: alimentação controlada, atividade física regular e uso do medicamento controlado”, enumera.
Embora direcionada aos pacientes, as palestras também são abertas aos familiares e cuidadores. Os encontros são gratuitos e ocorrem no NIS, rua Carlos Salles Block, 74, no Anhangabaú, todas as segundas-feiras, às 14h.