Os integrantes dos governos de Vinhedo, Valinhos e Itatiba começam esta semana a mapear as redes de Saúde, uma das etapas para a criação do Consórcio Intermunicipal. Os prefeitos querem melhorar o atendimento, ampliar as vagas, otimizar as equipes que trabalham no setor e inovar com um modelo de gestão eficaz. Os secretários de Saúde, de Governo e Chefes de Gabinete se reuniram na manhã desta terça-feira, 25, em Vinhedo, e criaram também um grupo técnico que participará desta análise. A próxima reunião será na terça-feira, dia 1° de agosto.
Os secretários e técnicos farão o levantamento, por exemplo, de vagas em hospitais, de equipes, laboratórios, unidades básicas de saúde, quantidade de atendimento em cada cidade, volume de distribuição de remédios e sistemas de gestão. A ideia é avaliar o quadro operacional, a demanda e principais gargalos de cada município e montar um plano a partir do atual cenário para a integração das redes.
A Saúde é hoje o principal problema das cidades. A maioria gasta mais que o dobro do que é determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – 15% do orçamento – e, mesmo assim, não consegue suprir a demanda. O repasse do governo federal para o Sistema Único de Saúde (SUS) e os aportes do Estado também são insuficientes para ampliar o atendimento e melhorar a estrutura. O consórcio foi pensado pelos prefeitos das três cidades da RMC para contornar esses problemas e oferecer mais serviços.
O secretário de Saúde de Vinhedo, Alexandre Viola, disse que o problema das cidades são semelhantes e que é preciso buscar alternativas. Neste cenário, o consórcio se torna eficaz para gerar economia e melhorar as políticas públicas. “As prefeituras e a população só têm a ganhar nesse modelo de gestão. Um consórcio desse tipo pode otimizar compras para medicamentos, por exemplo, ampliando essa oferta na rede dos três municípios”, comentou.
O secretário de Saúde de Valinhos, Nilton Tordin, afirmou que o consórcio ajudará os municípios neste período de crise, mas também será uma ferramenta essencial para uma gestão eficiente do setor. “Estamos hoje amarrados, principalmente pelo baixo orçamento. Fizemos algumas parcerias, mas precisamos avançar. A ideia do consórcio é justamente essa. Otimizar a rede e trabalhar em parceria com o que temos de melhor em cada cidade”, disse.
O consórcio prevê a parceria com o Hospital Galileo, as Santas Casas de Vinhedo, Valinhos e Itatiba, além das unidades básicas de atendimento. Para a elaboração desse projeto, as prefeituras contam com o apoio do Instituto Carlos Matus e da Faculdade São Leopoldo Mandic, além de representantes de todos os hospitais.
Os secretários terão um novo encontro na próxima semana com a equipe técnica de cada cidade. Com o mapeamento, as equipes trocarão informações para montar a estratégia de consolidação do consórcio.
Arrecadação
Os municípios recebem apenas 5% do que é arrecadado pela União no País. O governo federal fica com 70% e os estados com 25%. Mesmo com o menor repasse, as cidades ficam com a grande responsabilidade de organizar toda a rede, distribuir os recursos e fazer a estruturar funcionar com um orçamento cada vez mais enxuto.
O secretário de Saúde de Itatiba, Fabio Luiz Alves, acredita que o modelo de gestão ajudará a qualificar a rede. “O principal fator de motivação é poder qualificar os processos, melhorar a informatização e obter indicadores de qualidade para garantir intervenções em toda a rede e agilizar o atendimento para a população”, disse.