O primeiro parklet de Jundiaí, uma área de estar para pedestres instalada no lugar de duas vagas de automóveis, transformou a rua do Rosário, no Centro, nesta sexta-feira (17), como parte das atividades do Prefeitura em Ação na região central nesta semana. A novidade é parte do projeto Urbanismo Caminhável, coordenado pela Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente sem custos aos cidadãos por ser contrapartida de empresa privada dentro do mecanismo de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) implementado pelo prefeito Pedro Bigardi.
O equipamento público resultou de diversos encontros de moradores e técnicos que discutiram sugestões de locais para esse primeiro teste de aceitação do “parklet” e também as sugestões de formato, bancos, mesas, floreiras e até um espaço de livros e jornais para as pessoas. “Estamos buscando construir uma nova cultura urbana, em que a cidade tenha prioridade para as pessoas. Essa novidade é apenas parte do processo de mudanças que precisam envolver o olhar de todos nós”, afirmou o prefeito Pedro Bigardi durante a visita ao evento.
Também estiveram presentes o vice-prefeito Durval Orlato, os secretários Daniela da Camara Sutti (Planejamento e Meio Ambiente), Júnior Aprillanti (Obras), Marcos Brunholi (Agricultura, Abastecimento e Turismo), Tércio Marinho (Cultura), Wilson Folgozi (Transportes), Liráucio Tarini (Relações Institucionais) e os assessores José Carlos Pires (Gabinete de Gestão Integrada), Vanderlei Victorino (Coordenadorias), Alan Piccolo (Chefia de Gabinete) e os presidentes do Instituto de Previdência de Jundiaí, Eudes Urbano, e da Escolas de Governo e Gestão, Marcelo Lo Mônaco, além do comandante da Guarda Municipal, José Roberto Ferraz. Também passaram pelo local os vereadores Paulo Malerba e Gustavo Martinelli.
Apropriação popular
Antes mesmo de ser inaugurada, essa novidade começou a ganhar definições dos próprios comerciários que trabalham nessa área onde ocorre a confluência da rua do Rosário com a rua Coronel Leme da Fonseca.
“Essa intervenção urbana mostra na prática que o espaço público precisa ser repensado e mais compartilhado entre pedestres, ciclistas e veículos. Há pesquisas que mostram que, se em duas vagas passam no máximo 40 automóveis por dia, um espaço de convívio como esse pode levar a circulação de 400 pessoas ao dia”, comentou Daniela da Camara Sutti.
O projeto está sendo implementado pelo coletivo de Instituto Mobilidade Verde, Zoom Urbanismo, Escritório Thaísa Froes e Contain (it). Outros tipos de testes para melhoria do espaço público (como são as vagas de veículos e as próprias ruas) ainda serão feitos até 16 de agosto, com muitas das oficinas principalmente nas manhãs de sábado na base-contêiner no Largo da Matriz, como a de marcenaria urbana desse sábado (18).
O projeto local abrange também o método de medição de “caminhabilidade” em diversos trajetos no centro histórico e oficinas de temas relacionados, como a marcenaria urbana que já implantou mesas e bancos na praça da Matriz e também a cartografia emocional com moradores e outras.
Para o professor de biologia Gerson Luz, que passou pelo local, a busca de uma cidade mais voltada para as pessoas é importante. Também a cenógrafa Juliana Fernandes, que não sabia da abertura do parklet, considerou interessante a proposta para a busca de revalorização do Centro
Espaço público
Entre os resultados do projeto estará um manual para que associações, moradores ou empresas possam ser orientados caso tenham interesse em instalar seus próprios parklets, que tem entre seus princípios o fato de ser um espaço público que pode ter implementação e manutenção cuidada por particulares.
De acordo com Lincoln Paiva, pioneiro na instalação de parklets no país, as experiências já existem em São Paulo, Belo Horizonte, Goiânia e começam no Rio de Janeiro. Mas Jundiaí figura na vanguarda das cidades médias do interior. E para Gustavo Ortenblad, também do projeto, a cidade fica marcada pelo formato participativo de todas as etapas, incluindo a escolha de local e o desenho do formato do parklet.
A caminhabilidade envolve também esses espaços periódicos de descanso e convívio para estimular as pessoas em suas descobertas pedestres, como os detalhes arquitetônicos, os lugares históricos da cidade, os espaços sombreados por árvores ou mesmo as fachadas ativas do comércio e dos serviços. As lições do projeto no centro histórico serão depois replicadas em bairros.