O mundo registrou, em cada dia de 2016, a morte de 7.000 bebês com menos de 28 dias. Exatamente isso: houve 7000 óbitos de bebês recém-nascidos por dia, durante o ano de 2016, segundo relatório da ONU. Estes bebês se incluem entre as 5,6 milhões de crianças com menos de 5 anos que morreram neste mesmo período.
São dados impressionantes, se levarmos em conta todo o volume de conhecimento científico publicado em revistas especializadas, na área da Medicina, neste século XXI.
Depois de décadas de diminuição, a mortalidade infantil no Brasil voltou a subir em 2016. Inclusive em São Paulo, o Estado com mais recursos deste país.
Portanto, não obstante sabermos mais sobre muitas doenças, não obstante a tecnologia nos disponibilizar muitos mais recursos diagnósticos e não obstante novas terapêuticas, nossas crianças continuam morrendo. E estão morrendo ainda mais.
Quando analisamos as causas das mortes em crianças observamos que aproximadamente 70% destes óbitos decorreram em consequências de complicações na gravidez e/ou no parto (49%) ou devido a más-formações congênitas (21%). As doenças respiratórias aparecem em terceiro lugar (6,3%).
Muitos destes óbitos poderiam ser evitados se o sistema de saúde fosse eficiente e, principalmente, com facilidade de amplo acesso a todos. Não é o que está acontecendo no Brasil.
Ao contrário, os últimos anos testemunharam a desintegração do sistema de saúde, que está cada vez mais incompetente para assistir a todos com o respeito, a dignidade e a eficiência que cada brasileiro merece. A saúde, muitas vezes, não espera uma segunda chance.
O resultado está aí, escancarado e expondo o Brasil A mais uma, dentre tantas, razões para se envergonhar: nossas crianças estão morrendo mais.