Esta segunda-feira (06) foi de susto e revolta para os usuários do transporte intermunicipal de Jundiaí e Região. Tudo porque a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) autorizou, desde o último domingo (5), o reajuste das tarifas em 10,53% para as linhas rodoviárias e 13,40% às suburbanas. Para viajar de Campo Limpo Paulista para Jundiaí, por exemplo, a tarifa passou de R$ 3,60 para R$ 4,10. Desavisados, passageiros criticaram a medida da agência.
Segundo matéria do JJ Regional, as passagens na Região ficaram entre 9% e 14% mais caros. Para a cozinheira Joana Brum, 55, as viagens diárias entre Campo Limpo Paulista e Jundiaí vão prejudicar seu orçamento. “Eu pagava R$ 3,60. Quando cheguei nesta segunda-feira (06) no terminal, em Campo Limpo, tomei um susto. Com certeza sofrerei um desconto maior no pagamento”, lamenta. A doméstica Sônia Brito, 56, que também se desloca diariamente de Campo Limpo a Jundiaí, teme pelo seu emprego. “Está muito cara a passagem a R$ 4,10. É capaz do patrão não querer pagar a diferença.”
Além das novas tarifas, ambas questionaram os atrasos constantes das viagens entre Jundiaí e Campo Limpo. Às 15h50 desta segunda-feira (06), elas reclamaram de dois ônibus da Rápido Luxo Campinas que não passaram no horário correto. A empresa foi procurada para comentar o transtorno, mas seus representantes não se manifestaram.
De Jordanésia, o vigilante Edilson Neves, 42, aguardava, indignado, o seu ônibus na avenida Jundiaí. “Nós pagamos caro por um serviço de péssima qualidade. Além da falta de estrutura, os atrasos são constantes. Estou aqui esperando há mais de uma hora”, desabafou ele, que também utiliza veículo da Rápido Luxo Campinas. Para o auxiliar de serviços gerais de Várzea Paulista, Tedy André da Silva, de 47 anos, o aumento deveria ter sido evitado. “É mais um peso no bolso do povo. Quem usa ônibus todo dia, como eu, sente dificuldade.”
Aglomerado - Quem também se manifestou contrário ao aumento no preço da passagem foi o presidente do Aglomerado Urbano de Jundiaí (AUJ) e prefeito de Cabreúva, Henrique Martin (PDT). “Nossa população sofre diariamente com o descaso do transporte intermunicipal, o governo do Estado precisa agir e nós continuaremos cobrando melhorias no serviço.” Para tratar sobre o tema, Martin marcou uma reunião com a diretoria da Artesp na sede da agência, em São Paulo, no próximo dia 15 de julho, às 15 horas. “Vou cobrar providências com os outros prefeitos do AUJ para melhorias do nosso transporte intermunicipal.”Justificativa - Segundo a Artesp, o reajuste deste ano ocorre após 17 meses sem aumento. A inflação no período considerado para o cálculo do reajuste acumulou 13,7% (IPC-A) e os salários dos trabalhadores da categoria foram reajustados em 17,1%. Além disso, o salário mínimo acumulou reajustes de 16,22%, justifica.
A Artesp alega que o cálculo do reajuste representa a recomposição de custos operacionais entre outubro de 2013 e maio de 2014. A agência considerou as variações de diversos itens, como os salários da categoria reajustados nos acordos coletivos de maio de 2014 e maio de 2015, além do óleo diesel que subiu 16,91%.
Fonte: jj.com