No último dia 15, participei de um debate organizado pelo Inape (Instituto de Apoio a Pequenos Empresários), aqui em Jundiaí, com o objetivo de encontrar soluções para pequenas empresas neste momento de crise. Na minha fala, defendi o livre mercado como instrumento comprovado de desenvolvimento econômico.
A questão é que, no Brasil, quem defende essa posição é considerado neoliberal, ainda que o comitê central do Partido Comunista Chinês tenha declarado que o mercado é “uma conquista da humanidade”. Fica parecendo que existem apenas duas maneiras de encaminhamento político: a do petismo, que considera o livre mercado a fonte de todo o mal, e a do neoliberalismo, que pensa o contrário.
Na verdade, há uma terceira, praticada em países que são modelos de desenvolvimento econômico e social, como as democracias escandinavas, entre outras nações avançadas. Chama-se social democracia, posição que o PSDB já tem no nome: Partido da Social Democracia Brasileira.
Na social democracia a decisão não é do mercado, mas do Estado, que não tem de ser mínimo, como querem os neoliberais, nem máximo, como querem os petistas, mas eficiente, governado por representantes democraticamente eleitos. É claro, pode-se dar, como aconteceu conosco, a vitória eventual da empulhação, mas nada que é humano é perfeito. Exatamente por isso temos de ser pragmáticos e buscar o sistema político, que, mesmo sujeito a percalços, a longo prazo deu melhor resultado e assegurou a evolução das instituições. Até aí, muitos petistas - a não ser a ala que ainda defende a ditadura do proletariado, como o PCdoB - estariam de acordo.
A diferença é que a social democracia não é, como o petismo, contra o livre mercado. A social democracia entende que o livre mercado cumpre um papel importante. Que a competição é um instrumento comprovadamente eficaz na criação de riqueza e, consequentemente, de mais emprego - gerando, com isso, melhores salários, o principal agente de distribuição de renda -, além de estimular o empreendedorismo, o avanço científico e tecnológico e proporcionar continuadamente mais recursos para a melhoria dos serviços públicos.
A crença petista de que o livre mercado é o mal e não um instrumento, submetida ao teste da realidade, deu no que deu: recessão econômica, inflação, aumento do desemprego, corrupção como nunca se viu no mundo, desmoralização das instituições e de suas lideranças - por tentarem enganar, sistematicamente a população, sem assumir o dano que suas ideias causaram ao País, hoje mal vistas pela esmagadora maioria do povo brasileiro.