Janeiro é a época do ano para colocar a casa em ordem. Com as baterias recarregadas, é hora de organizar as finanças, cortar o que não é essencial e planejar os próximos passos no ano que se inicia. Para muitos brasileiros, esse é também o momento de colocar em prática o sonho do negócio próprio, transformando uma ideia ou uma habilidade em uma fonte de renda. E, apesar do ano difícil que deixamos para trás, o momento é propício para empreender, e vai sair na frente aquele empresário que se preparar.
Confio na percepção geral entre os donos de pequenos negócios que 2017 será um ano mais promissor. De acordo com uma pesquisa recente realizada pelo Sebrae, para quase 63% dos empresários desse porte as vendas no ano que se inicia serão melhores do que foram em 2016. Aliada a essa expectativa de melhora, 82% dos empreendedores acreditam que a retomada da economia se dará no ano que vem. Ou seja, está se desenhando um cenário de otimismo logo à frente que deve ser aproveitado. Ao mesmo tempo, para que esse caminho seja menos tortuoso, os altos custos de juros e taxas precisam ser combatidos. Essa é uma das principais queixas dos empresários a respeito das dificuldades para gerir um negócio.
Para que os empreendedores sejam protagonistas nessa retomada da economia, no entanto, alguns pontos de atenção precisam ser levados em conta. Hoje, a quantidade de empreendedores por necessidade, isto é, aqueles que veem na abertura de um negócio a única chance de obter renda, já supera a de empreendedores por oportunidade, que são aqueles que tiveram a ideia de um negócio e enxergaram um espaço no mercado para tirá-la do papel. Essa mudança de perfil se deve em grande parte ao aumento do número de desempregados nos últimos anos, que diante da dificuldade de uma recolocação encontraram uma esperança no empreendedorismo.
O problema é que o empreendedorismo por necessidade é uma maneira arriscada de começar um negócio próprio. Como o empresário está com pressa em obter um retorno em curto prazo, muitas etapas do planejamento deixam de ser cumpridas. Os resultados são conhecidos: investimento que não dá retorno, gastos desnecessários, falta de clientes, descontrole de contas e o inevitável fechamentos das portas. O Sebrae identificou que uma em cada três empresas abertas em 2014 encerrariam suas atividades até o final do ano passado.
Isso nos causa preocupação e estamos prontos para orientar esses empreendedores em potencial. O primeiro passo é identificar uma oportunidade real no mercado e, a partir daí, com orientação e acompanhamento dos nossos consultores, traçar um plano de negócios. Uma porta de entrada é a Feira do Empreendedor 2017, que acontece entre os dias 18 e 21 de fevereiro no Anhembi, em São Paulo. Faça uma visita, só depende de você fazer seu negócio dar certo.
Paulo Skaf
Presidente
SEBRAE-SP