A 25 dias do fim da campanha de financiamento coletivo na internet, a ONG Mata Ciliar ainda não conseguiu atingir nem 15% da meta estipulada em R$ 150 mil para a construção de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para animais silvestres. A organização de Jundiaí (SP) trabalha desde 1998 com a reabilitação e retorno de animais ao habitat natural e já recebeu mais de 14 mil bichos que sofreram algum tipo de trauma. Destes, 40% conseguiram voltar para o meio ambiente, número que poderia ser maior com a ajuda de uma UTI.
O grupo agora corre contra o tempo para conseguir tirar o sonho do papel. A unidade de tratamento intensiva tem um custo estimado em R$ 150 mil para ser construída, já considerando a estrutura, mão de obra e os principais equipamentos para conseguir começar os trabalhos.
O objetivo é aumentar o número de animais que conseguem ser salvos. “Recebemos em média 10 animais por dia e eles chegam em um estado lastimável por conta de atropelamentos, queimaduras, choques elétricos e infelizmente vem a óbito. O número está aquém do que gostaríamos e por isso iniciamos a campanha para a construção de uma UTI”, explica a coordenadora de fauna da ONG, Cristina Harumi Adania.
A intenção do grupo é arrecadar todo o dinheiro até o dia 2 de agosto, mas até esta quarta-feira (8) apenas R$ 22.317 foram arrecadados em 403 colaborações. A campanha, feita por meio de um site na internet, aceita doações a partir de R$ 10, representada como “10 tijolos para a construção da UTI”. As contribuições podem ser realizadas através de boleto bancário ou cartões de débito e crédito.
As contribuições podem ser realizadas por meio de boleto bancário ou cartões de débito e crédito. Os interessados em ajudar podem obter mais informações pelo telefone da entidade: (11) 4815-5777.
A sala da UTI adequada com todos os dispositivos e cuidados de monitoramento durante o dia e a noite será construída junto ao Centro Jaguaretê. Ela deverá conter uma parede com janela de vidro, permitindo que os animais sejam vistos e acompanhados o tempo todo, mas, ao mesmo tempo, isolando-os do barulho e estresse. "Além disso, para complementar a infra estrutura que eles já possuem, precisamos de duas jaulas de inox (material que evita a contaminação), oxigênio e outros equipamentos", comenta Adania.
Reabilitação
A ONG mantém desde 1998 o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), recebendo e prestando atendimento médico-veterinário aos animais provenientes da Serra do Japí e outras áreas na região de Jundiaí. Dezenas de animais ficam feridos quando saem de seu habitat natural e entram em contato com "armadilhas" da cidade.
De acordo com o biólogo Douglas Floresta, desde a sua criação, 8,4 mil dos mais de 14 mil animais silvestres atendidos no Cras foram salvos. Em números mais detalhados, cerca de 40% dos 14 mil animais foram reabilitados e retornaram ao habitat natural.
Entretanto, o índice de animais que morrem antes mesmo de receber atendimento na ONG ainda é alto, 40%. “Esperamos mudar estes números para atender melhor os animais que acabam morrendo por falta de atendimento”, explica Floresta. Ele cita como exemplo mais recente o de um lobo-guará, que não resistiu aos ferimentos.
Fonte: g1.com