Parbati Bogati, de 21 anos, morreu sufocada depois de acender uma fogueira para se aquecer na barraca de pedra e barro sem janelas em que foi obrigada a dormir. Outro caso semelhante, envolvendo uma mulher e seus dois filhos, também ocorreu no país e levou a uma investigação parlamentar.
O costume foi banido em 2005, embora ainda seja predominante no oeste do Nepal.
Autoridades locais chegaram a alertar as famílias que, caso sejam encontradas praticando o “chhaupadi”, perderiam o direito a benefícios estatais. O governo instituiu uma pena de três meses de prisão e multas de 3000 rúpias (R$ 100,00) para quem mantiver a prática.
Pelo costume, mulheres e adolescentes menstruadas são impedidas de tocarem em alimentos, imagens religiosas e mesmo no gado. Elas também não podem se encontrar com outros membros da família. Algumas comunidades temem ser amaldiçoadas se elas não foram expulsas no período menstrual.
O isolamento deixa as mulheres à deriva, correndo risco de sofrerem estupros, além de ataques animais selvagens.
“A punição não é suficiente, e o governo carece de políticas específicas para eliminar o chhaupadi”, disse Mohna Ansari, membro da Comissão de Direitos Humanos do Nepal à agência Reuters. “As leis devem ser revistas e um plano claro para acabar com a prática deve ser formulado e implementado”.