O imediatismo, tão intrínseco e enraizado no futebol, sempre fez e continuará fazendo suas vítimas. O torcedor, influenciado, diga-se, pela pressa da imprensa, tende a julgar jogadores, treinadores e até dirigentes em um curto espaço de tempo.E esse julgamento é para o bem e para o mal. Mais para o mal, é verdade. Mas da mesma maneira que após três derrotas todo um trabalho é jogado no lixo, com três vitórias cria-se heróis e ídolos sem profundidade.
Início de campeonato estadual não é parâmetro para muita coisa. As equipes pequenas estão há muito tempo se preparando e dão tudo que podem para largar bem. Já os clubes grandes sabem que no final a qualidade técnica vai prevalecer e que os clássicos derradeiros é que vão decidir a disputa.
Coloco tudo isso porque já vi santista descontente com o empate diante do São Bernardo em plena Vila Belmiro, são-paulino preocupado porque o time ainda tem Centurión e Lucão, corintiano ressabiado porque a vitória diante do XV de Piracicaba veio só nos acréscimos e ainda com gol do fraco Romero e vi até palmeirense, apesar da vitória diante do Botafogo em Ribeirão Preto, reclamar que o time continua só dando chutão.
A verdade é que o Santos enfrentou uma retranca danada e que se tivesse mais dez minutos de bola rolanda com certeza viraria o jogo; o São Paulo sabe que Centurion e Lucão não são boas opções e por isso contratou Lugano e Calleri; o Corinthians que entrou em campo contra o XV não será o time para a sequência da temporada - quando Vilson, Willians, Guilherme, Giovane Augusto e André estrearem o nivel técnico será outro. E o Palmeiras, apesar de alguns chutões, tem demonstrado um esforço tremendo para sair jogando com mais qualidade.
Calma, torcedor. É fundamental para a evolução do futebol que você saiba analisar cada contexto. Nem oito nem oitenta. Estamos no começo de fevereiro. É muito cedo para desânimo. E é muito cedo para euforia.