Em todo o mundo, as mortes causadas diretamente pelo uso de drogas lícitas e ilícitas aumentaram 60% entre 2000 e 2015, diz Relatório Mundial Sobre Drogas lançado pela Organização das Nacões Unidas. Desse número, medicamentos de prescrição derivados do ópio respondem por 76% de todas as mortes relacionadas a drogas.
O levantamento também aponta alta na participação em faixas etárias mais elevadas. Pessoas com mais de 50 anos representaram 27% dessas mortes em 2000, percentual que aumentou para 39% em 2015. Segundo a ONU, o uso de medicamentos é o principal reponsável pelas mortes também nesse grupo.
Já a cocaína e anfetaminas e derivados responderam por 6% das mortes cada uma no grupo de pessoas acima de 50 anos, diz a ONU.
Alguns analgésicos usados para o controle da dor tem o ópio como base. O fentanil, tipo de anestésico e analgésico, é um problema na América do Norte. Já o tramadol, usado para tratar dores moderadas e graves, é uma preocupação em partes da África e da Ásia.
A ONU salienta que o acesso ao fentanil e ao tramadol para usos medicinais é vital para o tratamento da dor crônica -- o problema é a venda ilegal, com danos consideráveis à saúde.
Em outros países, diz a ONU, calmantes com tarja preta como os benzodiazepínicos também têm provocado mortes por overdoses e são um problema de saúde pública.
Das 450 mil mortes relacionadas a drogas em 2015, a maior parte (167.750), ocorreu por overdose, diz a ONU. Outras mortes estão indiretamente associadas, como HIV e Hepatite C adquiridas pelo uso de drogas injetáveis.
A circulação de medicamentos está em consonância com o peso que as drogas por receita está tendo nas mortes totais por drogas - segundo a ONU, a apreensão global de opioides farmacêuticos em 2016 foi de 87 toneladas, aproximadamente a mesma quantidade de heroína apreendida naquele ano.
Na outra ponta, a circulação de drogas ilícitas também está crescendo. "A manufatura global de cocaína alcançou, em 2016, seu nível mais alto de toda a história, com uma estimativa de produção de 1.410 toneladas", diz a ONU.
A Colômbia, segundo a entidade, continua sendo a maior produtora mundial. Regiões como África e Ásia, no entanto, estão emergindo como centros de tráfico e consumo da droga.