O Ministério da Saúde espera vacinar 10 milhões de jovens contra o vírus HPV neste ano. Segundo a pasta, o número é o que falta para atingir 80% da população-alvo. A campanha, lançada na manhã desta terça-feira (13), foi divulgada após a apresentação de um estudo que revelou que a prevalência do papilomavírus humano ultrapassa os 50% no Brasil.
Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, a ideia da campanha é aumentar o número de jovens vacinados. A faixa de vacinação para o HPV se mantém entre 9 e 14 anos para as meninas. Para os meninos, a idade recomendada é de 11 a 14 anos.
Além do HPV, a campanha incluirá o reforço da vacinação contra a meningite C. A primeira dose é geralmente aplicada até os 4 anos de idade. O Ministério da Saúde calcula que essa forma da doença é a mais prevalente entre as meningites bacterianas.
Assim como no caso do HPV, a campanha da vacinação contra a meningite focará nos pré-adolescentes: meninos de 11 a 14 anos e meninas de 12 e 13 anos.
Ricardo Barros reconheceu, em entrevista coletiva, que falta aproximar os jovens dos postos de vacinação para que as metas sejam alcançadas.
Ao todo, Ministério da Saúde vai gastar R$ 506,6 milhões para adquirir 14 milhões de vacinas contra o HPV e 493 milhões para a compra de 15 milhões de doses contra a meningite C.
A campanha também vai alertar sobre a necessidade de se tomar a vacina contra o HPV em duas doses - a segunda, cerca de seis meses depois da primeira. No ano passado, 79,2% das meninas, quase a meta do ministério, tomaram a dose inicial. Considerando a segunda etapa, o total não chegou a 50%.
Segundo o Ministério da Saúde, desde 2014, ano de início da distribuição da vacina contra o HPV, o SUS recebeu 32,9 milhões de doses.
A pasta estima, ainda, que cerca de 16 mil casos de câncer de colo de útero por ano podem ser atribuídos ao vírus. Além disso, mais de 90% das ocorrências de câncer anal e 63% dos casos de câncer de pênis são causados pelo HPV, afirma o ministério.
Com a campanha veiculada nas redes sociais, o Ministério da Saúde espera enfrentar informações falsas que circulam em aplicativos de mensagens.
O ministério também espera reforçar o papel das prefeituras durante as campanhas. Por isso, a a ideia da pasta é concentrar a campanha nas escolas, afirma o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Mauro Junqueira. “Os gestores municipais devem trabalhar com os diretores durante o ano letivo”, afirmou.