A presença de Mantega foi solicitada pelo deputado federal Miguel Haddad (PSDB), que ocupa a vice-presidência da Comissão. “Guido Mantega poderá explicar as razões pelas quais o governo decidiu financiar as chamadas ‘empresas campeãs’ (grandes grupos empresariais do País privilegiados pela política do banco)”, avalia Miguel. Também a pedido do deputado, amanhã (dia 24), o diretor do Frigorífico Independência, Roberto Graciano Russo, irá depor na CPI. A empresa solicitou recuperação judicial três meses depois de receber R$ 250 milhões da instituição.
Na última terça (22), Miguel participou de audiência na CPI, que interrogou o diretor de Infraestrutura e Insumos Básicos do BNDES, Roberto Zurli Machado, e Júlio Cesar Maciel Ramundo, da Diretoria Industrial, Capital Empreendedor e Mercado de Capitais do banco. Durante a sessão, o deputado questionou os diretores sobre as razões que levaram o BNDES a financiar estas “empresas campeãs”.
“Ficou claro, pelos depoimentos, que algumas ações e políticas econômicas não são definidas pela instituição, mas por alguns ministérios. Ou seja, não são apenas de ordem técnica, do BNDES, mas definidas pelo governo, principalmente pelo Ministério da Fazenda”, afirma o deputado.
Os depoimentos reforçam a importância de se ouvir Guido Mantega. No período em que ele esteve à frente do Ministério da Fazenda, os empréstimos do BNDES saltaram de R$ 40 bilhões para mais de R$ 400 bilhões.