Metais pesados como chumbo, níquel, cádmio e arsênio, presentes na fumaça dos cigarros, contaminaram a estrutura dentária em um experimento de laboratório desenvolvido pela cirurgiã dentista Jéssica Dias Theobaldo, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp. Pesquisas presentes na literatura científica sobre o tema, citadas no experimento da Unicamp, alertam que a estrutura dentária contaminada poderia atuar como repositório dessas substâncias cancerígenas e disseminá-las no organismo humano.
A pesquisa demonstrou também que as substâncias da fumaça de cigarro afetaram o tratamento dentário, prejudicando, por exemplo, a adesão da resina à dentina do dente tratado. Jéssica Theobaldo explica que a exposição da estrutura dentária à fumaça de cigarro diminuiu a capacidade de colagem dos sistemas adesivos utilizados no tratamento de restauração. Tais colas adesivas são empregadas para agregar a resina à dentina, tecido avascular e mineralizado que forma o corpo do dente a ser tratado.
“A nossa pesquisa sugere que as restaurações realizadas em pacientes fumantes possam ter uma durabilidade menor. A própria experiência clínica demonstra que os pacientes fumantes têm muitas cáries de raiz, região onde a dentina fica exposta. Isso exige, portanto, um maior acompanhamento pelo cirurgião dentista em pacientes com este histórico”, recomenda a pesquisadora da Unicamp, que é graduada pela FOP. Ela informa que os estudos terão sequência por meio de doutorad