Durante a reunião ordinária do Conselho de Desenvolvimento da Aglomeração Urbana de Jundiaí (AUJ), realizada na segunda-feira (30), a Câmara Especial de Saúde debateu, além da Pactuação Programada Integrada (PPI), os cuidados necessários entre a região com relação às arboviroses, que, neste ano, incluem além da dengue, zika e chikungunya, a febre amarela. Os cuidados integrados exigem esforços de todos os municípios para conter o vírus em ambiente silvestre.
Com a participação de representantes da Diretoria Regional de Saúde VII (DRSVII) e da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), representantes dos municípios que fazem parte do AUJ foram orientados sobre os riscos e as necessidades de ações conjuntas.
Segundo a diretora Técnica de Serviço de Saúde, Renata Caporalle Mayo, entre os anos de 2014 e 2015, houve aumento no número de casos de doenças causadas por arboviroses. “Em 2016 foi registrada redução nos casos, e com isso, a tendência de acomodação, causando maior risco agora. Neste ano, além do que já vinha sendo avaliado – dengue, zika e chikungunya -, há o risco de a febre amarela também ser transmitida pelo aedes aegypti”, alerta.
A iniciativa da Câmara Especial foi aprovada pela AUJ e visa discutir estratégias de saúde para toda a região que possam melhorar a qualidade do serviço prestado. Entre as ações orientadas pela especialista estão a vacinação – que já vem sendo realizada no municípios com positividade de macacos mortos -, ações de contenção de criadouros de mosquitos e planos de contingência regional.
O gestor interino da Unidade de Promoção da Saúde (UGPS), Tiago Texera, ressaltou a importância da ação realizada em Jundiaí. “A vacinação de Jundiaí vem sendo realizada desde abril, inclusive com atendimento casa a casa, na zona rural. No entanto, os mosquitos não conhecem fronteiras, por isso a importância de toda a região cuidar para que a doença não atinja a zona urbana”, analisa.
Déficit de R$ 15 milhões
A reunião ordinária também contou com a apresentação das pactuações entre os municípios e o déficit registrado no repasse feito pela União para custear os atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). A análise para a pactuação foi feita há 10 anos, com base em dados de 2006 e, desde então, não houve reajuste. “Jundiaí tem um déficit de R$ 15 milhões a receber do Ministério da Saúde. Da mesma forma, os demais municípios também trabalham com orçamento deficitário para a pasta. Com o fortalecimento do atendimento básico nos municípios de origem, é possível aos serviços de referência que Jundiaí oferece, sejam aliviados para atender o foco a que realmente são destinados: a alta complexidade”, detalha o gestor interino, lembrando que a cidade gasta 30% do orçamento da Saúde jundiaiense para custear atendimentos de baixa e média complexidade que chegam ao Hospital São Vicente de Paulo e Hospital Universitário.