Diante de um cenário econômico fragilizado pela dívida da ordem de R$ 100 milhões herdada da administração anterior e um orçamento desequilibrado, com déficit de arrecadação de cerca de R$ 95 milhões, Jundiaí não terá representante nos 61º Jogos Regionais.
“Esta é uma notícia que jamais gostaríamos de dar, mas infelizmente não podemos colocar as finanças do município em risco. Queremos chegar ao final do ano e conseguir arcar com o pagamento do vale-alimentação dos servidores, assim como custear a saúde e a educação. Não estamos aqui simplesmente falando do passado, mas dos danos de uma administração no tocante à responsabilidade fiscal”, enfatizou o prefeito Luiz Fernando Machado durante coletiva à imprensa realizada esta segunda-feira (22).
O custo estimado para Jundiaí participar da competição podia variar entre R$ 830 mil a R$ 930 mil, dependendo do desempenho da delegação nos Jogos Regionais. O valor se refere a horas-extras de pessoal, alimentação, transporte, alojamento, limpeza, uniformes, taxas, entre outras despesas.
Segundo o gestor da Unidade de Esporte e Lazer, Luiz Trientini, a decisão de não participar dos Jogos Regionais atinge a todos. “Não queríamos correr o risco de chegar a setembro e comprometer alguma das modalidades. A proposta aqui é reformular o esporte para voltarmos ainda mais forte”.
A decisão de ficar fora dos Jogos Regionais foi estendida a outros municípios do Aglomerado Urbano de Jundiaí (AUJ). O secretário de Esporte de Louveira, Rodrigo Ribeiro, explica que o município também decidiu não levar representante. “Estamos preocupados em fazer uma gestão de qualidade, precisamos administrar os gastos e definir prioridades”, explica.
O mesmo posicionamento foi tomado pela cidade de Cabreúva. Cristiane Satriano, secretária de Esporte, lamenta a ausência do município na competição. “Não participamos desde o ano passado. O momento financeiro atinge toda o AUJ, não podemos lidar com o dinheiro público de forma irresponsável”.
Francisco Casarin, secretário de Esporte de Jarinu acredita que o orçamento apertado tem obrigado os municípios a remanejarem os gastos. “A prioridade é a Saúde. Não podemos deixar que falte medicamento básico”.
O prefeito Luiz Fernando reforçou que o contexto é de escassez, sendo inevitável e legítimo definir prioridades de investimentos em cada um dos setores. “Após assumir um governo com contrato de medicamento para pacientes em tratamento oncológico com atraso de quatro meses, não tenho outra escolha. Agora, o momento é para reestruturar a situação econômica da Prefeitura. Ainda que certas decisões sejam amargas, a opção sempre será pela responsabilidade com o dinheiro público, prioritariamente”, assegura.