O mosquito Aedes aegypti começou a assustar os brasileiros com a transmissão da dengue. Depois, o país acompanhou o surgimento de uma nova doença desconhecida: a zika.
Esse novo vírus passou a ser o principal medo das grávidas e alvo de pesquisas por todo o mundo.
Mal ele chegou e surgiu a chikungunya, que superou os casos do vírus da zika em 2016 e ainda precisa ser estudado para a ciência entender suas consequências.
E, agora, os mosquitos Haemagogus e Sabethes transmitem a febre amarela em Minas Gerais, um novo surto que ocorre após 10 anos - o último aumento do número de casos ocorreu em 2007.
Há um ambiente favorável para a reprodução dos mosquitos transmissores, tanto o Aedes aegypti, quanto os mosquitos selvagens da febre amarela, o Haemagogus ou Sabethes. “Não conseguimos controlar a população de mosquitos. É preciso descobrir uma maneira mais objetiva de combatê-los”, explica Juvêncio José Duailibi Furtado, coordenador científico da Sociedade Paulista de Infectologia.
Os médicos concordam que são vários fatores que propiciam o ambiente favorável. Para Gúbio Soares, pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o processo de "favelização” das cidades contribui para o cenário. “As pessoas não têm moradia digna, não têm rede de esgoto, não têm água encanada, e armazenam água em tonéis e baldes”, explicou.
Além disso, o clima quente e úmido das cidades brasileiras durante o verão é o preferido entre os mosquitos transmissores. E é por isso que a quantidade de casos das doenças diminui durante o inverno.
As secretarias de saúde dos estados de São Paulo e Minas Gerais já divulgaram dados mais atualizados sobre a doença: são 23 casos em São Paulo - 6 obtos confirmados e outros 17 casos em investigação - e 712 casos suspeitos em Minas Gerais.
A zika, a chikungunya e a dengue são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. No caso da zika, a transmissão também ocorre de mãe para filho durante a gravidez e por via sexual. A dengue e a febre amarela são passadas apenas por meio dos mosquitos. No caso da chikungunya, possíveis outras formas de transmissão ainda são investigadas.
A febre amarela também é transmitida pelo mosquito Aedes nas cidades, mas desde 1942 não há um caso fora das zonas silvestres e de mata do Brasil. Nessas regiões, a transmissão ocorre por meio dos mosquitos dos gêneros Haemagogus ou Sabethes. A questão agora é se o vírus vai alcançar centros urbanos ou se permanecerá restrito ao campo.
Fonte: g1.com