A chegada do técnico colombiano Juan Carlos Osório ao São Paulo foi uma das melhores coisas que aconteceu no futebol brasileiro neste ano. Seus métodos modernos de treinamento, sua ofensiva filosofia tática e seu jeito europeu de enxergar o futebol deram um novo vigor ao nosso arcaico e ultrapassado padrão de jogo, atrasado pelo menos uns dez anos se comparado ao que se pratica na Europa.
Osório nunca escondeu de ninguém que sonha participar de uma Copa do Mundo. E veio o convite da seleção mexicana, que só com uma catástrofe não participará do Mundial da Rússia, em 2018. A bagunça administrativa causada presidente Carlos Miguel Aidar transformou o ambiente no Morumbi em um verdadeiro caos. Essa turbulência e insegurança só reforçaram o desejo do técnico colombiano em se mandar para o México.
Porém Osório não poderia ter enrolado tanto. O São Paulo é enorme. O clube é muito maior do que qualquer treinador, por melhor que ele seja, e maior do que qualquer presidente, ainda mais um que se tem feito gol contra em sua gestão, como Aidar.
O Tricolor está na semifinal da Copa do Brasil e luta por um lugar no G-4 do Campeonato Brasileiro. Precisa neste momento decisivo do ano de um técnico focado cem por cento no trabalho. E não de um que declara publicamente que não confia na diretoria - por mais que ele tenha razão em se queixar da venda de inúmeros jogadores, nenhum subordinado deve criticar um superior publicamente.
A saída de Osório vai deixar uma lacuna no, ainda devagar, movimento dos técnico brasileiros em estudar e se aprimorar. Mas o São Paulo pode dar continuidade ao que o técnico colombiano deixou. A busca por alguém do mesmo perfil se mostra uma obrigação dos dirigentes são-paulino. Não será simples. Mas haverá vida no Morumbi pós-Osório.
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Um clube como o Palmeiras não pode perder de 5 a 1 da Chapecoense. Com todo respeito a bonita e admirável ascensão da equipe de Santa Catarina.
Mas com o estádio, torcida e arrecadação que o Verdão tem vexames como esse são inadmissíveis.
A equipe do técnico Marcelo Oliveira está na semifinal da Copa do Brasil e viva na luta pelo G-4, porém as últimas atuações tem sido decepcionantes. Antes da vergonha contra a Chapecoense, o Palmeiras tinha suado sangue para eliminar o Internacional da Copa do Brasil e só conseguiu empatar com o São Paulo porque o goleiro Rogério Ceni cometeu uma falha bizonha.
Foram investidos milhões neste atual elenco, mas vergonha na cara não se compra. É chegada a hora de os jogadores palmeirenses terem postura, raça e vibração de elenco de time grande. Caso contrário, goleadas sofridas contra Chapecoense, Goiás, Coritiba, Mirassol e rebaixamentos vão continuar assombrando o torcedor palmeirense.