De acordo com a pesquisa mensal Indicadores Sebrae-SP, o faturamento real das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas caiu pela quinta vez consecutiva e recuou 10,2% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2014.
A queda do poder de compra da população tem reduzido o nível de consumo interno e, em maio de 2015 ante maio de 2014, os reflexos foram sentidos pela indústria (-17,4%), comércio (-4,5%) e serviços (-13,6%).
Segundo o Sebrae-SP, o fraco desempenho da economia brasileira tem impactado negativamente todos os setores. É um cenário preocupante, porque o ambiente permanece desfavorável às micro e pequenas empresas, que têm menos margem para contornar as adversidades.
Fatores como o aumento do desemprego, o aumento da inflação e a decorrente piora na confiança estão tendo impacto direto nas receitas dos micro e pequenos negócios: em maio de 2015, a receita para o universo das micro e pequenas empresas paulistas foi de R$ 45,6 bilhões, o que significa R$ 5,2 bilhões a menos do que em maio de 2014.
Analistas do Sebrae-SP avaliam que há mais gente sem emprego e os preços não param de subir, corroendo o poder de compra. Com menos para gastar – ou medo de gastar porque o que vem pela frente é incerto – o consumidor se retrai e toda a cadeia é afetada. Tudo isso ajuda a explicar a queda observada no consumo.
Na micro e pequena empresa ainda não se observa queda na ocupação, entretanto o rendimento dos empregados declinou. No acumulado do ano (janeiro a maio), as MPEs paulistas apresentaram aumento de 1,2% no total de pessoal ocupado em relação ao mesmo período de 2014. No mesmo período, a folha de salários paga pelas MPEs caiu 1,4% (já descontada a inflação do período), e houve ainda redução de 1,5% no rendimento real dos empregados (já descontada a inflação).
Expectativas
Para o segundo semestre deste ano, 60% dos proprietários de MPEs aguardam estabilidade quanto ao faturamento de sua empresa. Em relação à economia brasileira, 45% deles esperam manutenção no nível de atividade, ante 49% em junho/14. Outros 38% acreditam em piora no nível de atividade econômica no segundo semestre de 2015. Em junho de 2014, o percentual que esperava piora era de 22%.
A pesquisa
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente, com apoio da Fundação Seade. São entrevistados 2.700 proprietários de MPEs do Estado de São Paulo por mês. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.