A mando da Justiça, os restos mortais do pintor surrealista foram exumados para coleta de material de DNA, que será usado num teste de paternidade a pedido de María Pilar Abel Martínez, que se diz filha do artista morto.
Do corpo de Dalí, foram extraídos cabelos, unhas e dois ossos longos. O material será examinado no Instituto de Toxicologia e Ciências Forenses em Madrid, que vai compará-lo com o material colhido de Pilar Abel, de 61 anos.
Se for comprovada a paternidade, ela poderá reivindicar um quarto do legado de Dalí que é, hoje, integralmente detido pelo Estado espanhol e está "bem documentado", segundo Miguel Domenech, que era advogado do pintor.
O responsável criticou a exumação como "quase um ato de violência contra a pessoa falecida", mas, de acordo com ele, o procedimento foi realizado sem incidentes, "preservando a privacidade de Salvador Dalí e o patrimônio do museu".
"Todos os materiais serão devolvidos à Fundação. A Fundação vai voltar a abrir a sepultura em um ato privado para restaurar a integridade do corpo de Salvador Dalí", disse Peñuelas.
A Fundação Dalí, que administra os ativos do mestre surrealista, tomou medidas de segurança para a exumação. Foi posta uma tenda sobre o túmulo, para impedir que fotos fossem tiradas. Além disso, telefones celulares da delegação judicial que participou das operações foram confiscados.
A resposta ao pedido de Pilar Abel deve sair em algumas semanas. No próximo 18 de setembro, as provas serão apresentadas no julgamento marcado a respeito do teste de paternidade.