Os atendidos pelos quatro Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Jundiaí, juntamente com os funcionários das unidades, abriram a Semana de Luta Antimanicomial, nesta segunda-feira (7), com exposição de fotos e obras de arte. Com uma linha do tempo sobre como era o cuidado no passado e agora, os visitantes do espaço, montado na Biblioteca Pública Municipal Prof. Nelson Foot, acompanham a evolução do atendimento e cuidado em saúde para a reinserção dos pacientes em sociedade.
Após a Reforma Psiquiátrica, os manicômios deixaram de fazer parte das práticas orientadas pelo Ministério da Saúde para o atendimento. Contudo, deixou marcas que são lembradas a partir da Semana de Luta Antimanicomial. “A exposição tem uma linha do tempo, mostrando como era e como é o atendimento. Os assistidos ajudaram a montar toda a mostra, com seleção de fotos e disposição das imagens. Faz parte de todo o trabalho de valorização das qualidades, que muitas vezes, eles nem conheciam. É uma forma de ressocialização”, detalha o coordenador da Saúde Mental da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), Alexandre Moreno Sandri. A exposição foi aberta ontem e permanecerá durante todo o mês disponível para visitação (de 2ª a 6ª, das 8 às 22h / sábados, das 9 às 13h).
Para a mãe de Henry Rayner Nascimento de Barros, atendido no CapsiJ (Infanto-Juvenil), Vilma Nascimento de Barros, discutir sobre o tema é importante. “Ter um atendimento como é feito no CapsiJ auxilia não somente as crianças como a família, que passa a entender o que está acontecendo e a melhor forma de ajudar. O Caps é uma extensão da casa. Diferente do que era no passado”, explica.
Já para Penha Aparecida Miguel, que passou a frequentar o CapsiJ após o filho Guilherme Miguel da Silva, ser diagnosticado com transtorno bipolar, destaca a importância da exposição. “Temos que falar sobre o assunto. A exposição é uma forma de tratar do tema”, detalha.
Programação
No dia 16, na quarta-feira, às 14h, haverá exibição e debate no CECCO sobre o filme “Nise da Silveira”.
No dia 17, quinta-feira, no Paço Municipal, acontecerá o Fórum da Luta Antimanicomial. A abertura será com o gestor da UGPS Tiago Texera, Camila Covas (Coordenadora Residência Terapêutica de Jundiaí) e James Santos de Souza (usuário do CAPS Ad).
Jundiaí conta com rede de atendimento estruturada, a partir dos princípios da política nacional de saúde mental e da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Com a inauguração do Serviço de Residência Terapêutica, no mês março, o trabalho para a reinserção na sociedade das pessoas com transtornos mentais graves vem se consolidando com o cuidado em rede. A cidade tem quatro CAPS, o Consultório na Rua, os leitos de retaguarda na enfermaria do Hospital São Vicente de Paulo, o Centro de Convivência, Cultura, Trabalho e Geração de Renda (CECCO) além das duas residências terapêuticas.