Jundiaí tem cerca de 25 mil pessoas com diabetes em tratamento na rede municipal, segundo dado da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS). Estimativas do Ministério da Saúde apontam que aproximadamente 10% da população adulta apresenta diabetes do tipo 2. A doença silenciosa é grave e a rede de saúde municipal oferta atendimentos gratuitos para a população com medicamentos, grupos de discussão sobre o assunto, alimentação saudável e atividades físicas.
De acordo com a enfermeira responsável pelo programa de tratamento da diabetes pela UGPS, Nilce Botto Dompieri, em torno de 5% a 10% dos pacientes são diabéticos do tipo 1 (principalmente crianças e adolescentes). “Jundiaí tem quase 10 mil pacientes diabéticos cadastrados no programa de glicemia capilar, recebendo tiras para seu controle glicêmico. Esse programa é destinado aos diabéticos que fazem uso de insulinas. As Unidades Básicas de Saúde fornecem antidiabéticos orais e insulinas padronizadas pelo Ministério da Saúde, bem como seringas de insulinas descartáveis de 50u e 100u. Jundiaí não sofre desabastecimento de medicações e de insumos”, explica.
Hoje é celebrado o Dia Mundial da Diabetes. Para celebrar a data, cada UBS desenvolve programação própria para envolver os pacientes diabéticos. O trabalho, no entanto, não se restringe somente a esta data. “Ao longo de todo o ano, as UBSs organizam oficinas de culinária com os pacientes, orientações farmacológicas com farmacêuticos, consultas de enfermagem para aplicação de insulina e adesão medicamentosa, incentivam participação em atividades físicas, além disso, existe o trabalho de conscientização sobre os riscos e necessidade de atenção à doença”, comenta.
O ambulatório de especialidades do Núcleo Integrado de Saúde (NIS), realiza toda segunda-feira, às 14h, no 4º andar, programa educativo voltado para os diabéticos, com orientações quanto ao preparo e aplicação de insulina, monitorização da glicemia, pé diabético e aspectos nutricionais. Esse programa é aberto à população, não sendo necessário fazer agendamento. “Pacientes e familiares devem participar. Ao longo do ano, as UBSs realizam grupos educativos e de atividades físicas, todo paciente deve fazer parte destes grupos e compartilhar suas experiências com o grupo”, ressalta a enfermeira.
A servidora pública Denise Guerra descobriu estar com diabetes há 20 anos. “Não sentia nada. Em um exame periódico o médico me avisou que existia a suspeita. Repeti os exames por mais duas vezes e foi constatada. A diabetes tipo 2 é hereditária, já que minha mãe também tinha. Desde então, tomo medicamentos orais, faço controle alimentar e, há um ano, passei a fazer uso de insulina injetável. A doença ainda é um grande mistério. Por isso, participar dos grupos sobre o tema nas UBSs é fundamental para troca de informações e experiências”, comenta.
Riscos
Se não houver acompanhamento, as altas taxas de glicose no sangue favorecem algumas complicações e podem afetar quase todos os órgãos do corpo como coração e vasos sanguíneos, olhos, rins, nervos, gengivas e dentes. Para saber como está a glicemia, basta procurar a rede básica de saúde para passar por atendimento com o grupo de acolhimento.