Em mais uma parceria entre as Unidades de Gestão da plataforma de Educação e Cultura, mais de 70 alunos da Emeb Brígida Gatto Rodrigues visitaram o Museu Histórico e Cultural (Solar do Barão) nesta terça-feira (4) na estreia do programa “Ação Educativa para Crianças da Primeira Infância”. A visita dos alunos de até quatro anos à exposição “Memórias, ofícios e saberes dos trabalhadores” é resultado de uma parceria entre os funcionários da creche e do museu, que visitaram reciprocamente os espaços, e pensaram nas intervenções possíveis à mostra em exibição que permitissem a interatividade dos pequenos visitantes.
A mostra, com fotos, documentos, ferramentas de trabalho e objetos que permitem compreender o modo de vida dos trabalhadores por meio de seus instrumentos recebeu “intervenções externas” de objetos trazidos pela EMEB. Entre eles, um cesto com instrumentos de barro feitos pelos alunos e acrescido ao ambiente onde há objetos de barro do século passado; caixas com imagens de trens e caminhões, juntadas ao espaço onde estão exibidas as ferramentas dos trabalhadores na ferrovia da cidade, além de varas de pescar com que os alunos brincam na escola para “pescar” folhas de árvores, posicionadas no ambiente dedicado aos trabalhadores rurais de Jundiaí.
Ao final da visita, os alunos acompanharam uma apresentação de piano e puseram a mão na massa, brincando com máquinas de escrever, telefones, teclados, câmeras fotográficas, xícaras e bules, moedores de café, ferro de passar a carvão, martelos e serrote, sentados em bancos de madeira feitos pelo marceneiro do Museu, o servidor Mauro Máximo.
Para o diretor do Museu, Paulo Vicentini, “o contato com as ferramentas que eles veem na exposição acentua a experiência. Por isso a palavra-chave desta proposta é conhecimento, que se ativa por meio da memória, do reconhecimento do espaço público e do manejo das ferramentas”. Vicentini frisa ainda a intersetorialidade da concepção da visita. “Sempre fazemos questão de envolver os servidores, desde o planejamento e pesquisa de acervo até a execução e montagem”.
A educadora do Museu, Creusa Claudino, explica que o programa se desdobra em etapas. “A primeira foi com as visitas que fizemos à creche e as que os funcionários da creche fizeram ao Museu. Esta etapa é a segunda, em que os alunos visitam e interagem com a exposição, e ela é seguida de outras duas: uma em que levamos algumas das peças do acervo até a esccola e outra em que os pais e responsáveis são convidados para visitar o Solar junto com os filhos. Assim não somente fomentamos a variabilidade do público, mas atendemos às especificidades das idades dos visitantes”.
A diretora da EMEB, Claudia Souza, reitera a importância do projeto em etapas. “Esta não é uma visita de um dia, mas que terá prosseguimento. Já surgiu inclusive a ideia de construirmos na escola um pequeno muro de barro e gravetos como este dos jardins”, declara Claudia, que completa: “Não são as nossas crianças que não têm a idade para visitar um museu, mas era necessário que o Museu se adaptasse para recebê-las”.