Segundo a Organização Mundial da Saúde, 70% dos indivíduos que apresentam problemas devido ao consumo de álcool e 63% dos que têm problemas com o uso de drogas estão empregados. Alguns fatores podem contribuir para este panorama: existência de salários, ausência de repressão policial, facilidade de comunicação por meio das redes internas de informática e a co-dependência dos colegas de trabalho.
As consequências são: aumento no número de acidentes de trabalho (domésticos e pessoais), do absenteísmo, de demissões, da ocorrência de furtos e das perdas patrimoniais.
Felizmente as condições existentes nas corporações podem funcionar visando a dissuasão ao consumo de drogas. Recursos financeiros e a possibilidade da formação de equipes multidisciplinares visando o desenvolvimento de programas de prevenção contribuem de forma decisiva para a redução deste problema.
As análises toxicológicas são parte integrante destes, pois o primeiro passo para se alcançar êxito numa Política de recuperação e reinserção social do usuário de drogas é a sua identificação. Contudo, esta é complexa, pois uma das características do usuário de drogas é a negação da existência do problema e a consequente ausência de procura de ajuda.
Com a inserção das análises toxicológicas nos Programas Corporativos estes se tornaram mais abrangentes e completos, pois permitem uma atuação mais ativa e precoce na identificação dos usuários de drogas. Assim, o foco dos programas mudou da dependência química para a busca do uso indevido de álcool e outras drogas, permitindo a atuação dos profissionais antes da degradação física, moral e social da pessoa.
Os resultados de um estudo realizado pelo IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Toxicológicos e Farmacológicos - de São Paulo, durante dois anos de acompanhamento com funcionários demonstra a importância do assunto.
Eu passei por isso durante a minha vida profissional, dos 13 aos 34 anos de idade. Hoje, pesquisando e estudando os problemas que as drogas licitas e ilícitas trazem para a sociedade e as empresas, tenho a certeza de que eu poderia ter uma história diferente, tanto na minha vida profissional quanto na social. Não teria perdido inúmeras oportunidades de trabalho e a minha família não teria sofrido tantas consequências.
Por: Marcelo Canelas