No trimestre encerrado em outubro, a taxa de desemprego no país chegou a 12,2%, segundo dados da Pnad Contínua, divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando apenas o trimestre de agosto a outubro, o índice é o maior da série história, que teve início em 2012.
A taxa recuou em relação ao trimestre anterior, de maio a julho, quando ficou em 12,8%. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, que registrou índice de 11,8%, o desemprego cresceu.
A população desocupada somou 12,7 milhões - o maior número para outubro desde 2012. O número indica uma queda de 4,4% na comparação com o trimestre anterior (menos 586 mil pessoas) e uma alta de 5,8% sobre um ano antes (mais 698 mil pessoas).
O país encerrou o trimestre de outubro com mais do que o dobro de desempregados observados em dezembro de 2013, quando o Brasil vivia o pleno emprego. Na época, eram 6.052 desocupados, o menor número da série.
Já a população ocupada chegou a 91,5 milhões. Esse é o maior contingente para um trimestre encerrado em outubro desde 2015. O número ficou acima tanto em relação ao trimestre anterior (1,0%) como contra o mesmo trimestre de 2016 (1,8%). As áreas que mais se destacaram foram construção e agricultura.
"O que a gente está assistindo desde o trimestre terminado em abril é o aumento da ocupação e queda da desocupação. A desocupação continua em alta, embora com força menor. O que muda é a ocupação, que está crescendo acima do crescimento da população”, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Desse total de empregados, 33,3 milhões de pessoas tinham carteira de trabalho assinada - praticamente o mesmo número do trimestre anterior. Frente a um ano atrás, 738 mil pessoas a deixaram de ser registradas (uma queda de 2,2%).
Azeredo enfatizou que a informalidade é que continua aumentando o nível da ocupação no país. "Não temos nesta pesquisa a geração de um posto sequer de carteira assinada."
Segundo o coordenador, num curto prazo, esse aumento da informalidade é o efeito do final da crise. "Passada a crise, tende a se dissipar com a volta da carteira...Em três anos, nós perdemos 3 milhões de carteira assinada. Isso é uma queda muito expressiva”, afirmou.
Também aumentou a quantidade de pessoas trabalhando por conta própria (23 milhões) - principal indicador da informalidade. Frente ao trimestre anterior, subiu 1,4% (326 mil pessoas a mais), e na comparação com o mesmo período de 2016, avançou 5,6% (1,2 milhão de pessoas a mais).