O cenário favorável é resultado de um trabalho pioneiro desenvolvido desde 2007, quando a Unidade de Vigilância de Zoonoses iniciou um mapeamento que permitiu o levantamento de áreas mais suscetíveis para o surgimento do vetor. “Nunca tivemos casos de leishmaniose em Jundiaí e trabalhamos muito ativamente para que esta situação seja mantida”, garante o gerente da Zoonoses, Carlos Ozahata.
Na região, a Zoonoses tem atuado com o apoio técnico, realizando exames paractológicos e inquérito sorológico. Além disso, agentes de saúde têm disponibilizado as chamadas “armadilhas luminosas”, que ao serem usadas dentro do inquérito entomológico, permitem detectar a presença do flebotomíneo (ou mosquito-palha), vetor da doença.
Outro diferencial de Jundiaí é a parceria com o Instituto Adolfo Lutz de Campinas que permite a agilidade na realização dos exames rápidos para a identificação da leishmaniose em nível regional. “Para atender todas as frentes, a rede de prevenção inclui ainda um trabalho educativo que realizamos entre os profissionais da saúde e a comunidade em geral”, relata.
Osahata explica que a ação do ‘mosquito palha’, transmissor da doença é semelhante à dengue, ou seja, quando há a necessidade de o mosquito picar um animal doente e depois uma pessoa para que ocorra a transmissão do protozoário. O gerente alerta ainda para a vigilância da doença, já que o inseto tem se adaptado à vida urbana. “Não é endêmico em Jundiaí, mas o trabalho agora é para evitar que o vetor entre no nosso município”.
Diferente do mosquito transmissor da dengue, o ‘mosquito palha’ não precisa de água, mas sim de matéria orgânica para se desenvolver. Por isso, Ozahata recomenda que medidas simples como a limpeza do quintal, eliminação de resíduos orgânicos e fontes de umindade são importantes para evitar ou reduzir a proliferação do vetor.
Os principais sintomas da leishmaniose visceral canina são febre irregular, apatia, emagrecimento, descamação e úlceras na pele, ceratoconjuntivite, coriza, diarreia, fezes sanguinolentas, vômitos, anemia. Frequentemente, a infecção progride lentamente para a morte.