“São cinco câmeras nessa etapa inicial, voltadas principalmente para animais como onças pintadas ou preguiças. Mas, como orientou o prefeito Pedro Bigardi, que devem gerar novos tipos de atuação nessa relação entre conhecimento e ações práticas”, afirma Daniela da Câmara Sutti, secretária do Planejamento e Meio Ambiente.
De acordo com o comandante da Guarda Municipal, José Roberto Ferraz, a iniciativa reforça as preocupações de todos os setores envolvidos com a Serra do Japi sobre os desafios de sua conservação diante da pressão do crescimento regional e macrometropolitano. Ele citou questões como os riscos do efeito borda (mudanças de características) ou o isolamento desse trecho de mata atlântica (pela falta de corredores ecológicos amplos).
De acordo com o assessor técnico e biólogo Jairo de Cássio Pereira, do Departamento de Meio Ambiente da secretaria, a fase inicial vai permitir a calibração dos equipamentos sobre disposição, distância de quebra de luz, duração de baterias e sensibilidade de captura de imagens em um período de 30 dias.
Entre os casos de referência de armadilhas fotográficas usadas para o serviço, estão um estudo de 52 mil imagens feito pela organização Conservation International, apontando para a redução da diversidade de mamíferos no mundo pela perda de habitats, as novas descobertas sobre o tatu canastra pantaneiro divulgadas pela National Geographic Brasil e a reabilitação da onça parda chamada de Anhanguera na região da serra pela Associação Mata Ciliar.
“É um novo mecanismo de apoio ao trabalho ambiental e pode colaborar muito em diversas áreas, que serão visualizadas com o próprio uso cotidiano”, afirma a também bióloga da SMPMA, Luciana Maretti, coautora do projeto.
No futuro, o uso do equipamento também pode ser feito desde o maior conhecimento sobre hábitos das espécies da serra, a dinâmica da floresta e registros concretos para uso da educação ambiental até o uso em outras áreas do município – como fragmentos ambientais isolados, apoio sobre fauna urbana em laudos técnicos e principalmente indícios de presença de espécies ameaçadas de extinção.
Fonte: jundiai.sp.gov.br