Além do atendimento multidisciplinar realizado com os mais de 900 pacientes, o Centro Atenção Psicossocial (Caps) III Adulto, equipamento da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), realiza oficinas de geração de renda como forma de reinserção no mercado de trabalho. Com o tema “Cozinha Tradicional”, cinco usuários do serviço produzem pães de mel e biscoitos que são comercializados pelos próprios confeiteiros. A expectativa é de que, com a chegada do fim do ano, os produtos sejam comercializados como lembranças natalinas.
Alessandra Meira, 47 anos, está em tratamento no Caps III Adulto há três anos após o diagnóstico de transtorno de personalidade. Neste ano participou de oficina de capacitação culinária e desde o mês de setembro, faz parte do grupo ‘Cozinha Tradicional’. “Estamos produzindo pão de mel e biscoito beliscão recheado com goiabada. Como estou fora do mercado de trabalho há algum tempo, essa é uma forma de retomar a minha produtividade. Acredito que possa ser um caminho para voltar a trabalhar. Ainda quero fazer um curso para confeitar doces de padaria”, comenta a mulher, que já fez os produtos em casa.
Pedro Alves de Oliveira, 37 anos, já trabalhou como servente de pedreiro, ajudante geral e também em padarias. Foi daí que veio o interesse em participar do grupo de geração de renda. “Eu gosto da cozinha. Tenho vontade de fazer um curso de panificação. Padaria é uma área que eu gosto muito”, conto o homem, que está em tratamento no local há pouco mais de um ano.
De acordo com a assistente social do equipamento de saúde, Camila Ávila de Lima, as oficinas de geração de renda são parte dos projetos que devem ser desenvolvidos nos Caps como forma de incentivar a reinserção das pessoas no mercado de trabalho. “Os transtornos mentais afastam as pessoas do emprego. O atendimento do Caps também tem por objetivo possibilitar ferramentas para que consigam caminhar sozinhos. Funciona como se fosse uma incubadora de projetos específica para os assistidos”, detalha.
A coordenadora do órgão, Adriana Carvalho Pinto explica que entre a oficina Cozinha Tradicional e Gerando Arte, 20 pessoas participam dos grupos. “Do que é produzido e vendido, 20% é reinvestido para a compra de mais matéria prima e o restante é divido entre os participantes. Nas próximas semanas, as obras produzidas pelos artistas do Caps serão comercializadas nos eventos do ‘Jundiaí Feio a Mão’, como forma de ampliar o acesso aos trabalhos”, explica.
Os interessados em conhecer os trabalhos e produtos feitos pelos assistidos nas oficinas podem procurar o atendimento na Rua Dr. Ramiro de Araújo Filho, 234, na Vila Hortolândia, de segunda a sexta-feira, das 14 às 16h.v