Depois de a cidade de São Paulo passar pelo mês de maio mais seco dos últimos 18 anos, os sistemas Cantareira e Tietê entraram no mês de junho em estado de alerta devido ao baixo nível de água nos reservatórios.
Segundo o Inmet-SP (Instituto Nacional de Meteorologia), foram registrados apenas 10,8 mm de chuva em maio de 2018. É o menor valor desde o ano 2000, quando a precipitação foi de 9,3 mm. A média de chuva na capital paulista para o mesmo mês é de 68 mm.
Com isso, o nível de alguns dos principais reservatórios de água que abastecem a Região Metropolitana permanecem mais baixos do que antes da crise hídrica de 2014.
O sistema Cantareira, o principal da região, chegou a 45,8%. Em 2013, um ano antes do início da crise hídrica que atingiu o estado de São Paulo, os reservatórios estavam em 56,3%.
Também em estado de alerta está o sistema Alto Tietê, com 58,7% dos reservatórios cheios.
Coincidindo com o período de seca, moradores da Barra Funda (Zona Oeste) têm notado que as torneiras secam à noite.
“À meia-noite acaba [a água] e volta por volta das 5h, 5h30 que começa a retornar”, diz a moradora Juliana Matheus. “Você percebe porque escuta o barulhinho da caixa enchendo”, conta.
Na vila onde ela mora, há caixas d’água, mas são instalações antigas, e parte das torneiras está ligada à tubulação da rua.
O comerciante Jurandir Almeida, dono de um bar na região, também nota a interrupção no abastecimento. A louça suja à noite só pode ser lavada pela manhã. “Os banheiros ficam sem água. O cliente fica reclamando. Não tem água pra lavar as mãos nem nada”, afirma.
A Sabesp nega racionamento e diz que vai enviar equipe para locais mostrados no bairro para verificar a situação.